Não temos políticos pró-activos mas apenas reactivos
Nos últimos tempos temos assistido, como se se tratasse do fluxo e do refluxo das marés, a afirmações
muito críticas às benesses que a classe política foi, ao longo dos anos de "democracia", atribuindo a si
própria ( já os nossos avoengos, com a experiência obtida em muitos anos e a rica capacidade de análise
da realidade envolvente que possuiam, diziam que " a caridade bem entendida começa por nós proprios "
... ) e a canhestras tentativas de branqueamento formuladas por alguns ex-titulares de cargos públicos,
vindo, pressurosa e candidamente, renunciar, de forma que pensam magnânima, a tais prebendas .
Só que as renúncias, indicadoras de uma postura apenas reactiva, surgem tarde para garantir a credibilização
da classe política .
Essa credibilidade, tornada cada vez mais necessária, teria sido sim alicerçada através de uma atitude
pró-activa dos potenciais beneficiários das referidas benesses, não requerendo a atribuição das mesmas .
Mas isso foi o louvável comportamento de uma ínfima minoria dos políticos, enquanto que quase todos se
sentavam à "manjedoura" da qual pareciam ter saido mas onde, ao fim e ao cabo, se mantiveram, titulares
de direitos e dispensados de obrigações .