Como é estranho ver uma candidatura regional reconhecida como património imaterial da humanidade pela UNESCO
Surgiram enormes parangonas em tudo quanto é sítio em Portugal em consequência do
reconhecimento pela UNESCO do Fado como património imaterial da humanidade .
Só que a candidatura e o seu subsequente reconhecimento não podem deixar de provocar
uma certa estranheza e dar lugar a algumas considerações atenta a excepcionalidade
quer da candidatura quer do reconhecimento .
É que a candidatura apresentada por Portugal foi tudo menos uma candidatura nacional -
foi, pura e simplesmente, uma CANDIDATURA REGIONAL ( a do Fado de Lisboa ), pois os
"cérebros" da candidatura excluiram a priori o Fado de Coimbra, lídima e bela expressão
sem a qual o Fado fica amputado na sua globalidade .
Aliás, as maldades em relação ao Fado de Coimbra não são de agora e, em especial na
Rádio Pública, são patentes e notórias - com a excepção, em raros momentos, do Edgar
Canelas, o Fado de Coimbra foi proscrito do éter . E o programa do Sansão Coelho no
Emissor Regional de Coimbra que, com profissionalismo e amor,divulgava o Fado de
Coimbra, foi pura e simplesmente silenciado .
Face a tais condicionantes surgiu agora uma candidatura regional do Fado de Lisboa, em
vez de uma candidatura nacional do Fado .
Mas é o País que temos, até nisto !