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Chaise-Longue

Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações . Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .

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As contradições de Mário Soares

Mário Soares foi uma figura incontornável da política portuguesa, com as virtudes e os

defeitos de qualquer outro ser humano .

Foi bem definido por José António Saraiva : " É um homem que, apesar das aparências,

me parece pouco disponível para os outros . Ama o povo teoricamente . "

Foi criticado, por forma intensa mas bem fundamentada, por Clara Ferreira Alves, no Expresso,

num texto intitulado " Este é o maior fracasso da democracia portuguesa " .

Tem uma vaidade insuperável e um egocentrismo brutal .

É um homem de extremos - não tem parceiros : ou tem súbditos ou tem inimigos .

Aliás, a candidatura presidencial dos Nobres ( Fernando Nobre+Nobre Soares ) é o exemplo

acabado de retaliação pelo rotundo fracasso que lhe foi provocado pelo Poeta Alegre .

E outros exemplos são fáceis de encontrar : basta pensar na impossibilidade sentida por

Rui Mateus de reeditar o seu livro " Contos Proibidos - Memórias de um PS Desconhecido ",

apesar de esgotadíssimo .

( Algo semelhante ou até mesmo pior, embora respeitante a outro figurante, se passa no

presente com António Balbino Caldeira, com o seu " O Dossiê Sócrates - A Investigação do

Percurso Académico de José Sócrates, com Factos Novos ", cuja publicação em Portugal foi

recusada por todas as editoras contactadas, tendo acabado por vir à estampa nos EUA e

sido difundido em Portugal através da Internet .

É que a censura não foi somente uma realidade nos velhos tempos do " lápis azul " . Hoje

ela aí está, pujante e viva, só que bem mais profissional e requintada . )

Regressemos, porém, ao tema da contradição .

Os políticos - e isso passa-se em todos os quadrantes - possuem o vício da contradição,

dizendo hoje o que tinham negado ontem .

Esse vício resulta de terem no ADN, impresso sem manipulação possível, o gene do

esquecimento .

Ora do esquecimento resulta inelutavelmente a contradição .

( Recordam-se daquela entrevista feita a José Sócrates em 2000 ?

Perguntaram-lhe :

" Engenheiro José Sócrates, vamos vê-lo um dia Primeiro Ministro ? "

Resposta de José Sócrates :

" Não ! Primeiro, porque não tenho o talento e as qualidades que um Primeiro Ministro

deve ter . Segundo, porque ser Primeiro Ministro é ter uma vida na dependência mais

absoluta de tudo, sem ter tempo para mais nada . É uma vida horrível e que eu não

desejo . Ministro é o meu limite . Aceitei pagar esse preço . Mas nada mais do que isso . "

Infelizmente - e para mal dos nossos pecados - eis que nos encontramos perante mais

um caso [ e este dramático ] de contradição . )

Fértil em contradições é Mário Soares, que um dia afirmou ser Sócrates o pior do Guterrismo,

enquanto que hoje em dia o louva e defende .

Mas o poema que segue descreve muitas outras contradições de Mário Soares :

 

 

                                                            BASTA !

 

                                                Vamos falar do Marinho

                                                O bochechudo velhinho

                                                Que não para de palrar .

                                                Vamos então começar .

                                                Falava em lugar aos novos

                                                Para convencer os povos

                                                De que falava verdade

                                                Não tendo ele contudo idade

                                                Só para os outros seria

                                                A si não se aplicaria .

                                                Pisca os olhos ao PC

                                                Pensando que ninguém vê

                                                Quanto mudou no assunto

                                                Puxando pelo bestunto

                                                Por certo recordaria

                                                Que com Zenha em luta dura

                                                A democracia pura

                                                Defendia noite e dia .

                                                Depois de insultar o Freitas

                                                - O qual, porém, já esqueceu

                                                E à esquerda se converteu -

                                                Todos possuem maleitas

                                                E fere a torto e a direito

                                                Com grande falta de jeito .

                                                Povo, sofre o teu calvário

                                                Pois bem pior que o tumor

                                               ( Não sendo o Portas, porém,

                                               Ser que satisfaça alguèm )

                                               É a falta de pudor

                                               Que revela o velho Mário .

 

 

 

 

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