Os frente-a-frente televisivos de ( alguns ) dos candidatos à Presidência da República e o Tiririca português
Terminaram ontem na televisão os " duelos " entre alguns dos candidatos à Presidência da República .
Os operadores televisivos erraram de forma crassa ao programar esses mano-a-mano para datas
anteriores à da apreciação judicial sobre a legalidade das candidaturas .
Com isso criaram um problema de forma desnecessária - foi aceite um 6º candidato que não teve voz
nos debates .
Dai que José Manuel Coelho, o comunista que se albergou no Partido da Nova Democracia ( PND ), tenha
toda a razão ao reclamar por estar a ser tratado de modo discriminatório .
É previsível a baixa de nível que esse candidato virá trazer ao processo, pelo que já conhecemos do seu
passado político .
Só que isso não é de nenhum modo fundamento para lhe retirar a razão que indiscutivelmente tem .
Aliás, o candidato José Manuel Coelho virá, por certo, trazer à campanha eleitoral portuguesa para a
Presidência da República algo de muito semelhante ao que aconteceu recentemente no Brasil, quando
das eleições para deputados, pois irá ser, sem margem para dúvidas, o Tiririca português .
Encontra-se em exibição nos cinemas portugueses o filme A Última Estação ( The Last Station ) .
Trata, de forma brilhante e com uma correcta reconstituição da época, os últimos anos da vida
do escritor Leão Tolstoi .
Casado com a Condessa Sofia Andreievna, as divergências entre os desejos desta de manter
rendimentos no seio familiar ( atento em especial o elevado número de filhos ) e os objectivos
da clique que rodeava ( e de certo modo dominava ) Tolstoi de entregar ao povo os direitos de
autor das obras do escritor criaram uma situação insustentável que o levou - apesar do grande
amor que existia entre os esposos - a abandonar a residência familiar, tendo acabado por falecer,
no decurso da sua jornada, na singela casa do chefe de uma obscura estação ferroviária .
Christopher Plummer compõe um Tolstoi brilhante .
Mas Helen Mirren supera tudo e enche o écran no papel da Condessa Sofia, com uma interpretação
sublime e arrebatadora .
Recomendo vivamente este filme .
O meu livro de poesia " Melodia Interrompida " ( editora Calçada das Letras ; distribuidora Letras em Marcha ),
depois de ter sido nº 1 do TOP LIVROS das Livrarias Almedina na semana de 5 a 11 de Julho de 2010, tem
mantido a sua marcha calma e a sua difusão tranquila .
Pequeníssimas editora e distribuidora e ausência absoluta de uma máquina de marketing, para além da reduzida
validade da obra, não possibilitam que se vá mais longe .
Como no meu último post falei no recrutamento dos boys aí vai um poema do meu referido livro, colocado na
subsecção Incursão Política .
Jobs for the Boys
Procura um lugar ao sol ?
Inscreva-se num partido !
É colocado no rol
E seja o que tenha sido
Se ele conseguir o poleiro
Resulta se for ligeiro -
Nem precisa ser brilhante
Basta-lhe ser militante .
P.S. No dia 15 do corrente tive a grata satisfação de ter recebido o 1º Prémio do Concurso de Poesia promovido
pela Casa dos Professores, Delegação Distrital de Setúbal da ASSP . Os poemas a concurso deviam ser compostos
sobre o tema do soneto de Bocage que começa pelo verso " Já se afastou de nós o Inverno agreste " .
Na 2ª série do Diário da República de 14 do corrente veio publicada a
nomeação do licenciado João Carlos Morão Pastorinho da Rosa como
vogal do Conselho Directivo do IFAP, I.P. ( Instituto do Financiamento da
Agricultura e Pescas ) .
Lá que tinha que ser ROSA era algo óbvio - oportunamente colocarei aqui
um poema do meu livro de poesia " Melodia Interrompida " cujo título é
" Jobs for the Boys " .
Mas o que há a assinalar e a louvar é que o nomeado é um PASTORINHO,
o que não deixamos de aplaudir, dado tratar-se da escolha certa por uma
de duas razões ( ou quem sabe até se por ambas em simultâneo ) :
a) dado o particular acesso que possivelmente terá a Nossa Senhora poderá
interceder no sentido de obter o milagre da ressurreição da nossa agricultura ;
b) o seu apelido dá-nos garantias de finalmente ser possível contar com um
efectivo conhecedor do meio e dos problemas que ele atravessa .
Tenhamos confiança e esperança !
Estive há dias no Restaurante Pedro e o Lobo, na Rua do Salitre, em Lisboa .
Sala muito agradável, com um belo ambiente .
Sem ter uma cozinha daquela de cair de joelhos sempre se pode dizer que é
interessante e que não se limita ao " trivial e almôndegas " .
Só que, como infelizmente vem sendo habitual na restauração em Portugal,
aconteceu algo que me levou a pretender falar com a responsável pelo espaço .
Disse-lhe :
Há duas situações a que não me habituo nem jamais me virei a habituar .
Uma é o aborto ortográfico .
Desculpe, enganei-me .
Afinal não me enganei, fugiu-me apenas a boca para a verdade .
Uma é o acordo ortográfico, que nunca observarei .
A outra é que me coloquem os talheres na mesa pela minha frente .
Aliás, aqui as mesas até apresentam uma distância razoável entre elas, pelo
que nem deve ser difícil cumprir essa boa regra de servir à mesa .
A responsável aceitou o reparo de bom grado .
Espero que na próxima ida a este restaurante não volte a suceder-me o mesmo .
Mas acho que muitos dos problemas com que nos deparamos nos restaurantes
( e em variadíssimos outros lugares ) e que não são resolvidos se devem à
responsabilidade dos utentes, que aceitam sem reclamar inúmeros erros e
imperfeições .
Que tal começarmos todos a chamar a atenção para o que está mal, tendo em
vista a melhoria do actual estado de coisas ?
Mãos à obra, que se vai fazendo tarde !