Tenho a maior curiosidade quanto à próxima actuação das agências de rating originárias dos E.U.A. face
ao impasse Obama-Câmara dos Representantes .
É espantoso como a Moody's, a Fitch e a Standard & Poor's conservam o rating dos E.U.A. em AAA, quando
se trata de um país com uma dívida pública bruta que atinge 102,63% do PIB e o incompetente Presidente
Obama se encontra a tentar aumentar o tecto da dívida, o que sucederia pela 92ª ( !!! ) vez desde 1942 .
Só o facto de se tratar de agências enfeudadas a um nacionalismo seguidista e acéfalo pode levar a tal
comportamento .
Mas agências de rating de outras origens já começaram a actuar :
AA+ da Egan-Jones
AA da chinesa Dagong .
A notação Aa3 já esteve mais longe ...
O titular da simplificação administrativa em Itália, Roberto Calderoli, tem já pronta uma minuta
de projecto de lei, a apreciar em próximas reuniões do Conselho de Ministros, reduzindo o
número de deputados e de senadores, fixando-lhes deveres e estabelecendo articulação entre
a remuneração e a produtividade .
Presentemente a Câmara Baixa em Itália tem 630 deputados, prevendo-se a redução do seu
número para 250, enquanto que os senadores são 315, propondo-se também a sua diminuição
para 250 .
Quer aos deputados quer aos senadores é fixado o dever de participar nos trabalhos da respectiva
assembleia e das suas comissões .
Deputados e senadores receberão uma remuneração estabelecida por lei, em medida correspondente
à efectiva participação nos trabalhos ( produtividade ) .
A população da Itália em 2009 era de 60.221.211 habitantes .
Para quando medidas em Portugal numa linha semelhante, tendo em conta que a nossa população
pouco ultrapassa os dez milhões de pessoas e o território não chega a um terço da área do italiano
( e em Itália também há descontinuidade geográfica, com a existência de várias ilhas ) ?
É imperiosa a redução da dimensão da manjedoura eleitoral em Portugal !!!
O limite legal de endividamento nos EUA foi atingido há cerca de dois meses .
A partir daí o Presidente Obama tem utilizado expedientes para ultrapassar os constrangimentos legais .
De qualquer modo a Moody's - atenta, veneradora e obrigada ... - apenas colocou o rating dos EUA sob
vigilância negativa, apontando um pequeno risco de incumprimento ( e só de curta duração ) .
Não fora a subserviência ao Tio Sam e a notação dos EUA já não seria superior a Aa3 .
Quanto tempo faltará ainda para as agências de rating equipararem a classificação da dívida
soberana dos E.U.A. à atribuida a Portugal ?...
Ou será que o facto de a impressora de notas do Tio Sam andar a trabalhar em horas
extraordinárias tem levado ao protelamento de tal decisão ?...