Numa conferência ( ? ) que no dia 14 do corrente realizou no Instituto Superior de Contabilidade e
Administração de Coimbra ( ISCAC ) Otelo Saraiva de Carvalho afirmou que só as Forças Armadas,
em nome do povo, poderão resolver o problema da perda de soberania de Portugal, como a que
actualmente se verifica, derrubando o Governo .
E acrescentou que a actuação das Forças Armadas passaria por uma operação militar que derrube
o Governo que está em funções .
Realmente Otelo não cresce e, em consequência, continua a debitar ideias sem nexo, como se ainda
existisse o regime autoritário que mandava em Portugal em 24 de Abril de 1974, regime que Otelo
visava substituir por outro bem mais autoritário, decalcado em Cuba .
Pena foi que ninguém da assistência lhe tivesse perguntado se, como noutro tempo Otelo defendera,
os membros do Governo derrubado seriam colocados no Campo Pequeno, para tratamento por ele
tido como adequado ...
Acontecimentos recentes, verificados quase em simultâneo nos dois países, tornaram ainda mais
claros os motivos que levam a que Portugal e a Suiça tenham estádios de desenvolvimento muito
diferentes .
Na Suiça e em referendo os eleitores rejeitaram por uma maioria de dois terços o aumento das suas
férias anuais de quatro para seis semanas . Mais de um milhão e meio de votantes disseram não e
setecentos e setenta mil optaram pelo sim, tendo a rejeição ocorrido sem qualquer excepção em
todos os cantões, ainda que a proposta das seis semanas de férias tivesse o apoio das formações
de esquerda e dos sindicatos .
Pela mesma altura a CGTP-IN, apesar da profunda crise que Portugal atravessa e da produtividade
no nosso país ser cerca de 57% da média da UE e à volta de 1/3 da dos E.U.A., reivindicava, com
efeitos retroactivos a 1 de Janeiro de 2012, um salário mínimo de 515,00€, com subida em 2013
para 600,00€ .
E assim vai preparando a sua " carne de canhão " para novas greves e manifestações, na linha do
habitual " quanto pior melhor " .
De vitória em vitória ... até à derrota final ...