O 1º Ministro Pedro Passos Coelho, no decurso da 4ª Cimeira Empresarial União Europeia/América
Latina e Caraíbas realizada em Santiago do Chile, declarou que Portugal é um país que representa
um mar de oportunidades .
Torna-se imperioso que esse mar de oportunidades não seja desperdiçado pelos portugueses .
Ora como estes, no passado recente, estão a abandonar Portugal às dezenas de milhar em cada
ano, fica a dúvida sobre se tal êxodo não se deverá apenas à incapacidade para nadar em mar tão
promissor .
Assim importará que o Ministério da Educação e da Ciência tome medidas urgentes para que não
sejam desperdiçadas as riquezas inexploradas do mar português .
Por isso : aprendizagem obrigatória de natação até ao 4º ano de escolaridade - JÁ !
Não podemos perder mais tempo !
Avancemos, rapidamente e em força .
E mais nenhum português terá que deixar o nosso país, à busca de outros mares ( provavelmente
até menos promissores do que o nosso ) .
Depois de vários dias de especulações foi finalmente informado que a moléstia de que padecia Mário
Soares era uma encefalite .
Quanto a este episódio um primeiro comentário não pode deixar de ser feito - um tão estrénuo defensor
do Serviço Nacional de Saúde correu a albergar-se no Hospital da Luz, um hospital privado, em vez de
se socorrer de uma instituição pública de referência como o Hospital de Santa Maria .
Mas às contradições e às incongruências de MS já estamos mais do que habituados .
Para além disso convém recordar o que é a encefalite, finalmente diagnosticada no caso de MS pelo
Hospital da Luz ao fim de quatro ou cinco dias de muitos exames complementares .
A encefalite é uma inflamação aguda do encéfalo .
E, como é também sabido, o encéfalo é constituído pelo cérebro, pelo cerebelo e pelos pedúnculos cerebrais .
Por seu turno o cérebro é revestido por diversas camadas de substância cinzenta que constituem a sede de
todas as actividades características do homem : memória, capacidade de falar, inteligência e imaginação .
Não deixa assim de ser estranhável, mesmo para um leigo, que o diagnóstico da encefalite de MS tenha
demorado vários dias .
É que bastava ter lido os escritos de MS ao longo das últimas semanas para concluir sem sombra de dúvidas
que a doença estava lá .
Adensam-se núvens negras sobre Portugal .
É um Governo que finge não ter nada a ver com um estudo sobre a reforma do Estado, estudo que
atribue ao FMI como se na sua génese não tivessem participado Ministros e Secretários de Estado .
É uma oposição que nos seus vários quadrantes foge do tema como o diabo da cruz ( o que é
especialmente lamentável por parte do PS, principal partido da oposição e do qual seria desejável
a participação no trabalho, urgente e inadiável, a realizar, pois quanto aos restantes - o imobilista
PCP, a esquerda caviar do BE e os disfarçados Verdes - não era de esperar outra coisa ) .
O Estado é imutável para essas oposições : há que mantê-lo anafado e ineficiente e fingir que é
possível conservá-lo assim sem serem consumidas cada vez mais verbas a alimentá-lo ( verbas essas
que só podem ser obtidas "sugando" cada vez mais os cidadãos ) .
Seguiremos passo a passo até ao descalabro final .
Mexer nos podres é que nunca .
E, assim sendo, tudo continuará no melhor dos mundos :
* os 230 deputados continuarão o seu trabalho insano de chicana política, com "comemorações"
pontuais como a daquela deputada do PS que, possivelmente a festejar tão profícuo labor, se embebedou
e pegou a seguir, criminosamente, na sua viatura ;
* o Governo não deixará de efectuar nomeações atrás de nomeações, como as 27 do Secretário de Estado
da Cultura de uma assentada ;
* os políticos prosseguirão a sua caminhada para a reforma aos 47 anos de idade, como a autarca de
Palmela ;
* milhares de professores suportarão com estoicismo a carga brutal de oito horas de aulas semanais ;
* os majores-generais surgirão promovidos em catadupa, colocando Portugal à cabeça do ranking
europeu ;
* os juízes manterão os seus inúmeros privilégios ;
* as Câmaras Municipais permanecerão intocadas, como se não existissem algumas que mais não deveriam
ser do que Juntas de Freguesia de outras Câmaras que as absorvessem ;
* Institutos e Observatórios não serão objecto de uma análise aprofundada dos respectivos objectivos, nem
se verificará se constituem duplicações de outras estruturas formais do Estado ;
* as Fundações, apesar de alguma redução na concessão de apoios do Estado, continuarão a ser um sorvedouro
de dinheiros públicos ( e assim, por exemplo, o dr. Mário Soares irá manter-se a perorar longamente sobre o
Serviço Nacional de Saúde português e as suas imensas virtualidades - tão postas em causa pelos "malandros"
do actual Governo -, mas recorrendo ao privado Hospital da Luz quando o problema de saúde é o seu ... ) ;
* as Forças de Segurança, em percentagem face ao número de habitantes superior à média europeia, continuarão
a deslocar-se quase exclusivamente em viaturas ou a permanecer aos magotes à porta das esquadras, só de
forma muito esporádica sendo visível patrulhamento a pé .
Realmente não era necessário o estudo atribuído ao FMI .
Todos conhecemos, há dezenas de anos, as mazelas, a ineficiência, o compadrio, a baixíssima produtividade, as
injustiças relativas, o despesismo e o gigantismo do Estado .
Mas continuamos a duvidar que exista coragem para atacar de frente o MONSTRO que esmaga o País e que o
está a empurrar para o abismo .
Angela Merkel, considerada a segunda pessoa mais influente do mundo, é também uma das mais
vilipendiadas, em especial por parte daqueles ( e há imensos em Portugal ... ) que preferem que
nada se faça, mesmo quando a dor é necessária como meio de evitar um desastre total .
Também é verdade que, por vezes, A. Merkel se coloca a jeito, quer pelo seu feitio autoritário
de possuidora da verdade ( quase ) absoluta, quer pela sua incapacidade para "disfarçar" uma
gestão orientada por razões eleitoralistas internas .
Mas a verdade é que não poucas vezes tem inteira razão nas afirmações que produz .
Em recente entrevista concedida ao Financial Times A. Merkel lembrou que a Europa representa
7% da população mundial, 25% do PIB e 50% das despesas sociais, concluindo que tal situação
não pode continuar, estando o modelo social europeu condenado por falta de meios .
São dados objectivos e incontroversos, perante os quais bem gostaríamos de ouvir os "cérebros"
que falam na manutenção do actual estado de coisas, mas sem nunca concretizar as medidas a
tomar para que tudo possa permanecer incólume .