Confesso que o acompanhamento do jogo da 2ª mão dos dezasseis avos de final da Liga Europa
me provocou sentimentos muito desencontrados .
Durante a primeira parte - uma primeira parte deprimente por parte do Benfica e na qual teve
IIIMMMEEENNNSSSAAA SORTE - dei por mim a desculpar a exibição, uma vez que tive em atenção
ter o Benfica jogado apenas com NOVE jogadores ( embora também tenham estado em campo o
Carlos Martins e o Cardoso ... ) .
Já na 2ª parte, em especial nos últimos 10/15 minutos, tive momentos de imensíssimo gozo .
Recordei os comentários esfarrapados do treinador e de jogadores do Benfica depois da vitória
in extremis sobre a Académica no último dos cinco minutos de compensação e através de uma
grande penalidade, referindo-se ao "autocarro" estacionado pelos visitantes nas imediações da
sua grande área .
Afinal as referências feitas deviam-se apenas a inveja .
Inveja tão evidente que até acabaram por pedir o "autocarro" à Associação Académica de Coimbra
para a última quinzena de minutos do jogo com o Bayer Leverkusen !...
O spread é um valor percentual que é adicionado a uma taxa de referência e que aumenta o custo do
montante concedido num empréstimo .
O spread é tanto mais elevado quanto maior é o risco que o mutuante estima estar a correr e quanto
menores forem as garantias oferecidas pelo mutuário .
Quando uma empresa ou um particular recorre a uma instituição bancária em estado de necessidade
vai, antes do mais, ouvir as condições que o banco estabelece para conceder o empréstimo ( embora
tente depois, naturalmente, conseguir alguma alteração à proposta inicial ) . O que, contudo, todos
sabemos é que de nenhum modo será a empresa ou o particular a avançar em primeira mão as condições
do empréstimo, uma vez que não o concede e procura sim obtê-lo .
Quando Portugal recorreu, em situação de bancarrota iminente causada pelo desgoverno socialista, a um
resgate internacional tudo se passou de forma semelhante . Foram, como não podia deixar de ser, as
entidades credoras a definir as regras do jogo .
O PCP e o BE vivem num mundo fantasioso e ilusório, como se competisse ao devedor impor o modo
como pretende pagar ( se é que aceita pagar mesmo ) .
E o PS - ou parte dele ( os nostálgicos de Sócrates e da sua política de terra queimada e os mais esquerdoides
que continuam a sonhar com a quimera da união da sinistra ) - faz de conta que não assinou com os
credores internacionais o memorando que impediu ( ou apenas adiou ? ) a bancarrota .
A realidade é clara e só não a vê quem foge de a ver : o spread que "castiga" Portugal só poderá ser
aligeirado quando os credores internacionais estiverem convencidos de que o risco de incumprimento
é menor do que na altura da assinatura do memorando .
E para que isso aconteça teremos todos, até lá, que falar menos e trabalhar mais .
O Governo não concedeu tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval .
Reflectindo-se um pouco que seja não pode deixar de concluir-se que, depois de ter reduzido em quatro
o número de feriados nacionais, não restava ao Governo outra opção que não fosse, em coerência, não
conceder tolerância no Carnaval .
Quererá isto dizer que o Governo agiu correctamente neste processo ?
De modo nenhum .
O Governo demonstrou sim um chocante amadorismo no tratamento do tema .
Qualquer pessoa medianamente dotada e razoavelmente atenta teria presente que a maioria do povo
português "pela-se" por Reality Shows, Fofocas e Telenovelas em catadupa .
E também por Carnaval, apesar dele surgir em Portugal em pleno inverno, ao contrário do que sucede
no Carnaval A SÉRIO do Brasil .
Mas sendo esta a realidade do país - realidade indiscutível durante mais duas ou três gerações, mesmo
que se começasse DESDE JÁ a trabalhar com afinco na educação do povo - um Governo profissional teria
aproveitado o processo de revisão dos feriados para em vez de acabar com quatro suprimir cinco, ao mesmo
tempo que convertia a terça-feira de Carnaval em feriado obrigatório .
Mas para tanto seria necessário ter a noção do que anda a fazer, o que, infelizmente, não é apanágio deste
Governo, como também - sublinhe-se - não o é dos Governos que o antecederam nas últimas dezenas de anos .
E, por assim ser, o Corso continua !
Os adultos podem, com frequência, aprender com a espontaneidade e a pureza das crianças .
Por isso mesmo em tempos, num poema de minha autoria, escrevi :
" Adoro imensamente as criancinhas/Por não saberem ainda não ser elas " .
Comprovando estas asserções deixo ficar algumas definições da autoria de crianças, constantes
do " Dicionário de Humor Infantil ", de Pedro Bloch :
Sono é saudade de dormir
Deserto é uma floresta sem árvores
Felicidade é uma palavra que tem música
Vento é ar com muita pressa
Helicóptero é um carro com ventilador por cima
Alegria é um palhacinho no coração da gente
Avestruz é a girafa dos passarinhos
Calcanhar é o queixo do pé .
Encantadora pureza !