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Chaise-Longue

Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações . Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .

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A curiosa similitude entre o Futebol Clube do Porto e a política em Portugal

Ouvimos há poucos dias Paulo Fonseca, treinador do F.C.P., ufanar-se de que "temos feito

coisas boas" .

Aqui temos a primeira similitude : também o Governo de coligação PSD-CDS já começou a

afirmar que as coisas têm melhorado muito no país com a sua gestão .

Nova similitude - nem os adeptos portistas nem os portugueses em geral acham tais

afirmações justificadas .

Mas as similitudes não se ficam por aqui .

O Presidente ( Jorge Nuno Pinto da Costa ) mantém o treinador ( Paulo Fonseca ) apesar

da performance medíocre ; o Presidente ( Aníbal Cavaco Silva ) mantém o treinador ( Pedro

Passos Coelho ) mau grado os resultados não serem melhores .

Apesar de tudo é mais compreensível a não opção do Presidente Cavaco Silva pela "chicotada

psicológica" .

É que, olhando para o treinador no desemprego ( António José Seguro ), não se vê que da

contratação do mesmo viesse a resultar qualquer melhoria na produtividade da equipa .

E se, como muitas vezes sucede nas equipas de futebol, a opção - limitada no tempo enquanto

se procura uma solução de fundo - viesse a incidir sobre o treinador adjunto ( Paulo Portas ),

seria pior a emenda do que o soneto .

Curiosas similitudes, com o futebol e a política de braço dado !

A confusão deliberada de António Capucho

Há imenso tempo que António Capucho vinha manifestando posições contrárias à linha política

actualmente dominante no Partido Social Democrata ( PSD ) - partido hoje em dia realmente

social democrata apenas no nome e não na prática que é muito mais liberal pura e dura .

Daí não lhe advieram quaisquer problemas, uma vez que não existe caça às bruxas no partido

em consequência do não alinhamento com a posição maioritária em cada momento . Não há no

PSD uma prática de seguidismo acéfalo, estando sempre presentes nele focos de dissidência 

jamais jugulados .

Tenho para mim que as frequentes críticas de António Capucho se devem, mais do que tudo,

ao ressabiamento resultante de, tendo-se oferecido ao partido ( depois de sair da Câmara de

Cascais aduzindo problemas de saúde ... ) para concorrer a outro lugar autárquico, não ter sido

aceite tal oferecimento .

E o narcisismo de António Capucho não cessa de crescer  - ainda há dias chegou ao extremo de

achar que tem todas as qualidades para ser Presidente da República !...

Mas voltando ao essencial : então a expulsão de António Capucho mostra uma inflexão na filosofia

do PSD, não sendo agora aceites posturas dissidentes ?

De modo nenhum .

António Capucho não foi expulso do partido em consequência das suas inúmeras críticas à gestão

do PSD . Foi sim expulso por violação clara e inequívoca de normas que já se encontravam em vigor

antes do começo do jogo e que fazem parte dos estatutos que ele próprio aprovou quando era

vice-presidente do PSD .

Normas que nunca colocou em causa quando motivaram a expulsão de outros militantes e que

apenas passou a considerar "talibânicas" e nazis quando foram aplicadas a si próprio .

A deliberação que o expulsou foi tomada por unanimidade e não podia ser de outro modo tão

clara era a situação que motivou a pena .

E por muito que António Capucho tente desviar a razão da deliberação para outros fundamentos, 

a confusão deliberada que intentou construir não apresenta fundamentos sólidos e não resiste

a curtos momentos de análise .

Os deputados portugueses no Parlamento Europeu e o Relatório Lunacek

No passado dia 4 o Parlamento Europeu adoptou o Relatório Lunacek, que constitue aquilo a que

a UE chama o roteiro contra a homofobia e a discriminação com base na orientação sexual e na

identidade de género, ou seja, dito por palavras mais chãs, o apoio às lésbicas, aos gays, aos

bissexuais e aos transsexuais .

Antecedendo a adopção do relatório pelo PE tiveram lugar grandes manifestações :

* 210000 pessoas assinaram uma petição contra o Relatório Lunacek ;

* no dia 2 do corrente centenas de milhar de pessoas reuniram-se em diversas cidades europeias 

unidas numa manifestação pacífica contra o RL ;

* no global mais de um milhão de cidadãos europeus manifestou-se contra o relatório, enquanto

foram muito reduzidas as mensagens dos cidadãos a favor do mesmo .

Então como se justifica a aprovação pelo PE ?

É muito simples - o Lobby LGBT tem um grupo em pleno funcionamento dentro do PE, grupo esse

composto por parlamentares eleitos, por funcionários do próprio parlamento e por activistas pagos,

prontos para lutar a favor do relatório .

O Relatório Lunacek tem presentemente o status de não vinculante, reservando-se cada Estado 

membro o direito de o incorporar na lei nacional .

 

Aproximam-se as eleições europeias .

Para que todos possamos votar em consciência indico em seguida o sentido de voto de todos os

parlamentares portugueses na apreciação do Relatório Lunacek .

Votos a favor tidos por naturais :

 

Alda Sousa

Ana Gomes

António Correia de Campos

Edite Estrela

Inês Zuber

João Ferreira

Luis Capoulas Santos

Luis Paulo Alves

Regina Bastos

Vital Moreira

 

Votos a favor algo estranháveis :

 

Carlos Coelho

José Manuel Fernandes

Maria da Graça Carvalho

 

Votos contra tidos por naturais :

 

Diogo Feio

Maria do Céu Neves

Nuno Melo

 

Abstenções :

 

Elisa Ferreira

Mário David

Marisa Matias

 

Ausentes da votação :

 

Paulo Rangel

Rui Tavares 

 

Votem bem !

 

 

 

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