É chocante assistir à luta fratricida entre os dois Antónios do PS, fracturando a organização em
consequência da apetência pelo poder ( mesmo, como é o caso, "queimando" etapas legais )
daquele que entende ter força suficiente nas costas para suportar dois cargos e duas cargas .
Do actual António já todos analisámos as capacidades ao longo dos últimos três anos .
Do outro António, pretendente ambicioso, é visível o proteccionismo e o "aconchego" de que
beneficia na generalidade dos órgãos de comunicação social .
Exaltam e incensam até, em especial, a sua "magia negocial" .
Magia negocial essa que ainda recentemente se revelou um autêntico bluff - basta ver o desenlace
da greve do lixo, na qual o António em causa transigiu em toda a linha, aceitando, de modo faseado
embora, todas as reivindicações dos grevistas .
A isso não se chama magia, nem sequer sucesso negocial .
Não há dúvida : o tempo dos Antónios já lá vai .
E no futuro próximo ver-se-á se o vencedor deste duelo fratricida entre os dois Antónios não virá
a sofrer uma queda ainda mais fragorosa do que o simples tombo de uma qualquer cadeira .
Em recentes declarações ao jornal "Público" o socialista Ferro Rodrigues expressou a opinião de
que a actual situação do país exige um entendimento "mais amplo do que tem sido tentado" e
que "vá do centro direita à esquerda" .
Acrescentou FR que mesmo um acordo com o PSD não é de excluir, embora fazendo uma ressalva :
"O acordo não pode ser com este PSD, mas há no PSD muita gente que está sem expressão no
seu partido, que está contra a política de Passos Coelho e esses vão emergir .
Após a derrota deste Governo haverá uma nova realidade no PSD" .
E, não perdendo a oportunidade para continuar a colocar pregos no caixão de António José Seguro,
disse ainda que a ponte entre os dois maiores partidos portugueses será feita por António Costa,
pois o autarca "tem demonstrado essa capacidade de construir pontes na Câmara" .
Espantosas declarações estas !
O acordo não pode ser com este PSD mas sim com a nova realidade no PSD subsequente à derrota
do partido nas próximas eleições legislativas - que eu saiba FR não é militante do PSD ( e, mesmo
que o fosse, não teria mais do que um simples voto na intervenção para a escolha do presidente
do partido ); uma eventual nova realidade no PSD será construída por todos os seus militantes e
pode muito bem não se concretizar nos termos sofregamente desejados por FR .
Quando se tenta construir uma coligação de governo ou um acordo de incidência parlamentar o
importante, mais do que as pessoas, é o conteúdo a que se chega, resultante naturalmente de
cedências mútuas . As parcelas de abdicação dos respectivos Programas de Governo é que, de
forma equilbrada, poderão garantir o êxito negocial . E não poucas vezes - embora apenas ao fim
de longas e difíceis negociações - são concretizados acordos que, a priori, eram tidos como muito
improváveis .
Mas é o que sucede em democracias consolidadas, exemplo que não seria mau - antes pelo contrário
- copiar em Portugal .
Foi muito curioso assistir no passado domingo ao desenrolar do telejornal das oito da noite na
TVI sem nele aparecerem os habituais comentários de Marcelo Rebelo de Sousa .
Mas mais curioso ainda foi vê-lo "ressurgir" no dia seguinte, como se tudo estivesse dentro do
normal .
Ora a verdade é que ou Marcelo, ou a TVI, ou mais provavelmente ambos, fugiu/fugiram ao
confronto com um adversário temível - a final do Campeonato Mundial de Futebol - que era bem
capaz de desfazer a aura de que Marcelo é líder absoluto e incontestável das audiências .
Para um muito possível ( embora nunca assumido ) candidato a Presidente da República esta
manifestação de fraqueza constitue um sério handicarp .
Quem se furta à luta com um jogo de futebol ( se bem que relevante ) pode deixar no espírito
de muitos milhares a dúvida quanto à sua capacidade para exercer o relevante papel moderador
que cabe ao Supremo Magistrado da Nação, ainda mais nos tempos conturbados que Portugal
vive .
Em suma : um ídolo com pés de barro !
Através do despacho nº 8826/2014, de 1 de Julho, publicado no D.R. nº 130, de 9 seguinte, foi
determinada a cessação de funções da licenciada Maria Gabriela Certão Ventura como gestora
da autoridade de gestão do PRODER .
Vamos assim, muito provavelmente, deixar de ter o privilégio - nós, que não sendo latifundiários
nem sequer pequenos agricultores, não frequentamos as sessões de apresentação do PRODER -
de apreciar, nas páginas os jornais e/ou nas imagens televisivas, as indumentárias da Gabriela,
que constituiam um verdadeiro regalo para os olhos .