Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações .
Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .
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O tema de hoje, no Forum, era a candidatura presidencial de Henrique Neto e outros considerandos sobre as eleições presidenciais .
Inscrevi-me para participar mas o tempo decorreu e não cheguei a ser contactado .
Se o tivesse sido ter-me-ia pronunciado mais ou menos desta forma :
O meu ponto principal a focar é que a independência dos candidatos relativamente aos partidos é uma pura mistificação .
Haverá algumas excepções, como será o caso de Henrique Neto que, embora simpatizante do PS, é uma voz livre e descomprometida .
Mas sabemos perfeitamente que candidatos destes não têm a menor hipótese de ser eleitos, submergidos por aqueles que se declaram independentes mas que verdadeiramente o não são .
A eleição vai, como sempre, decidir-se entre aqueles que, embora declarando-se independentes dos partidos e desejosos de serem o presidente de todos os portugueses, garantidamente não o serão .
Têm uma "famiglia" ( e uso a palavra italiana pelo significado que aqui lhe atribuo ) política da qual não descolam .
E os exemplos estão bem à vista . Vejamos :
* Ramalho Eanes que, tirando essa "escorregadela", foi o mais impoluto de todos, fomentou enquanto PR a criação de um partido político ( o PRD )
* Mário Soares foi o real chefe da oposição no seu 2º mandato
* Jorge Sampaio chegou ao extremo de demitir um Governo que tinha apoio maioritário na AR ( e escolheu, para o fazer, o momento mais adequado para o PS )
* Cavaco Silva tem uma percentagem brutal de rejeição pelos motivos que estão bem à vista .
E é algo deste tipo que podemos esperar que suceda com o próximo PR, seja ele qual for .
Apenas com um REI, verdadeiramente independente dos partidos, norteado apenas pelo interesse nacional e preparado desde o berço para o desempenho desse papel essencial seria possível evitar situações como aquelas que objectivamente deixei descritas .
A alquimia é uma espécie de pré-química, ou seja de química ainda não científica, praticada na Idade Média pelos Árabes e depois pelos Ocidentais, a qual procura obter, principalmente pela transmutação dos corpos, o ouro, a panaceia e a chamada pedra filosofal ( Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, por J. Almeida Costa e A. Sampaio e Melo ) .
Na sua versão mais nobre a alquimia é uma filosofia que despreza os fins materiais mesquinhos, fixando-se o alquimista filósofo no aperfeiçoamento espiritual e individual .
"Só os falsos alquimistas é que procuram apenas fazer ouro ; os verdadeiros filósofos apenas desejam a ciência ; os primeiros apenas fazem tinturas, sofistificações, inépcias ; os outros inquirem dos princípios das coisas" ( J. J. Becher ) .
Ora alguns políticos e ex-políticos portugueses dedicam-se efectivamente à versão menos nobre da alquimia .
Mas há que reconhecer que o fazem com um inegável êxito - lamentam ganhar pouco na carreira política ( à qual apenas se dedicam pelo seu sentido de serviço ao país ... ), mas quando a abandonam, muitas vezes ao fim de um número reduzido de anos, ficam comodamente instalados na vida, com um acervo de bens que ultrapassa tudo o que seria previsível .
Não descobriram a pólvora, ... mas melhor do que isso ...
Eram meras tentativas, canhestramente levadas a cabo, de encadear frases tendentes a ombrear com a profundidade inigualável de um Agostinho da Silva .
Mas esses "aprendizes de feiticeiro" fariam melhor se o deixassem permanecer descansado no "assento etéreo" ao qual subiu, pois se ele tivesse possibilidade de os ler certamente ficaria envergonhado ...
Eram frases e frases sucessivas, dispostas como versos e com um encadeamento dificilmente compreensível ( se é que esse encadeamento existia mesmo ... ), que o próprio Champollion, se regressado à terra, se veria em tratos de polé para decifrar .
Arrumei os livros, com um amargo de boca .
E apeteceu-me lançar um sonoro grito de socorro ao Torga, à Florbela, ao Cesário Verde e ao Antero, congregando-os a virem salvar a poesia !