Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações .
Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .
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A Grécia tem andado nas bocas do mundo por variadas e más razões .
Por mim, razoável conhcedor do país, acho que não é tanto assim .
E não são apenas as magníficas paisagens ( em especial das ilhas ) e os séculos e séculos de história que me levam a pensar de modo diferente .
Apetece-me fazer o contraponto com Portugal, desde logo no plano político .
É que a Grécia teve eleições no passado dia 20 e logo no dia imediato tomou posse o Primeiro Ministro .
Sendo minoritário o partido mais votado foi também rapidíssima a formalização de um acordo de coligação .
Veremos como vai ser no nosso país depois do dia 4 de Outubro . Não é difícil prever :
1º - duas ou três longas semanas até os resultados serem publicados em Diário da República ;
2º - depois um espectáculo deplorável até ser constituído um Governo que, muito provavelmente, nem sequer virá a ter possibilidade de governar .
Após o foguetório da campanha eleitoral - tão longa quanto chata e incapaz de entusiasmar alguém - a apanha das canas irá assemelhar-se a um parto muito difícil .
Fui ao estabelecimento de ensino que o meu neto mais novo frequenta para uma cerimónia interessante .
Procedia-se à entrega dos diplomas de mérito referentes aos resultados do ano anterior e o meu neto era um dos agraciados .
Confesso que assisti ao evento com um sentimento misto - orgulho e nostalgia .
Orgulho ao ver como o meu neto Alexandre Miguel está a preparar metodicamente o futuro, dotando-se das "ferramentas" necessárias para uma compita cada vez mais exigente .
Nostalgia ao recordar o meu tempo no Liceu Dom João III, em Coimbra, um estabelecimento de ensino modelar, avançado para a época .
Foi nesse liceu que no já longínquo ano de 1947 começaram a funcionar turmas mistas e eu tive o privilégio de integrar a primeira delas .
Sim, em 1947 !
Eu sei que há esquerdistas que reclamam ter essa realidade surgido apenas depois do 25/4 .
Mas trata-se de "vesgos da história" para os quais só depois dessa data brotaram iniciativas merecedoras de louvor .
Mas não é assim e eu recordo com uma saudade imensa esses tempos maravlhosos no Liceu Dom João III .
Hoje houve o segundo e último debate entre António Costa e Pedro Passos Coelho, desta vez nas rádios .
O debate teve bastante mais interesse do que o ocorrido, oito dias antes, nas três televisões generalistas .
Maior interesse que se deveu, em não pequena escala, aos moderadores, que estiveram muito melhor do que os seus colegas televisivos .
Mas, para além do conteúdo do debate, houve um pormenor curioso na antecâmara do acontecimento .
É que António Costa chegou atrasado para o encontro, o que levou os organizadores a solicitar a Passos Coelho que entrasse em primeiro lugar, ao contrário do que estava previsto, solicitação à qual Passos Coelho acedeu .
Havia uma enorme expectativa quanto ao frente a frente de Passos Coelho ( PC ) e António Costa ( AC ) .
Expectativa em absoluto gorada .
Um ( PC ) apenas falou do passado - um passado mais longínquo, o lamentável passado do Governo do sr. Pinto de Sousa .
O outro ( AC ) também falou de um passado, se bem que mais próximo - os últimos quase quatro anos do Governo de PC .
Quanto a perspectivas para o futuro após 4 de Outubro um vazio ( quase ) absoluto : nenhuma proposta concreta e quantificada, nenhum "golpe de asa" a dar um safanão num país abúlico e desinteressado .
Um amigo dos saudosos tempos de Coimbra, agora no Brasil, perguntava-me ontem como classificava os intervenientes, numa escala de 1 a 10 valores .
Respondi-lhe, quase de imediato, que não podia, pois a minha classificação quer para PC quer para AC era ZERO .
E justifiquei com as razões que atrás referi .
Acrescentei ainda que, em termos desportivos, achava ser justo atribuir-lhes falta de comparência .
Ou então, como na marcha atlética, fazer-lhes advertências e, à terceira, desclassificá-los .
Em abono da verdade é facto que também as duas entrevistadoras e o entrevistador não contribuiram de modo relevante para que o debate nos satisfizesse .
No final ficamos com uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma .
Foram recentemente publicados os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público .
São números que fazem pensar e que preocupam ao verificar-se que, em TRINTA E DOIS CURSOS, houve estudantes admitidos com nota inferior a dez valores .
Entre esses cursos encontram-se :
Administração Pública e Políticas do Território ( regime pós-laboral )
Agricultura Biológica
Agronomia
Audiologia
Bioquímca
Ciências do Desporto ( pós-laboral )
Ciências Empresariais ( pós-laboral )
Comunicação Social
Design de interiores e Equipamento
Desporto
Economia
Enfermagem
Geografia
Gestão de Recursos Humanos e Comportamento Empresarial
Gestão e Administração Pública
Informática
Marketing
Marketing e Publicidade
Produção Alimentar em Restauração ( regime pós-laboral )
Serviço Social
Sociologia ( regime pós-laboral )
Turismo
Turismo e Lazer .
Mas a preocupação reforça-se quando se verifica que cursos nas áreas da educação e das ciências educativas também fazem parte do lamentável rol, sendo o nível de exigência na admissão dos alunos baixíssimo . É o que se passa com cursos de :
Ciências da Educação
Educação Básica ( em dois etabelecimentos de ensino )
Estudos Portugueses
Língua Gestual Portuguesa
Português .
Este estado de coisas faz-me recordar o modo como tinha lugar a admissão na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra ( e penso que também nos restantes cursos ) nos meados da década de 50 .
Os candidatos que tivessem, no antigo 7º ano, média mínima de 14 valores e também um mínimo de 14 valores em cada uma das duas disciplinas nucleares eram admitidos . Os restantes, mesmo tendo completado com sucesso o 7º ano, eram sujeitos a um exame de aptidão .
Outros tempos ... e outras exigências !
Agora, preocupa-me a sorte que calhará aos meus netos e aos meus futuros bisnetos com professores dotados de alicerces tão pouco sólidos .
No dia 2 do corrente Rui Rio ( RR ) publicou um texto no Jornal de Notícias, com o título de "Presidenciais : Ponderação em nome da responsabilidade" .
Nesse texto RR tece alguns considerandos e expõe a sua posição a propósito da problemática da eleição presidencial de 2016, sendo de salientar os seguintes :
* só irá anunciar a sua decisão sobre uma eventual candidatura em Outubro pº fº ;
* a sua candidatura, se vier a confirmar-se, não terá nada de táctico ;
* a data do anúncio justifica-se por entender que os portugueses só terão disponibilidade para pensarem nas presidenciais depois das legislativas .
Há outro ponto, lateral mas importante em extremo, desenvolvido no texto de RR : duras críticas a comentadores políticos que confundem a realidade do país com a futilidade de alguns corredores político-mediáticos ( "ferroada", bem visível embora sem referência ao nome, a Marcelo Rebelo de Sousa - MRS -, que RR bem sabe ir ser o seu mais perigoso adversário na eventual caminhada para a Presidência da República .
Tenho por mais do que garantido que MRS será candidato a PR . Como óbvio é também para mim que o adiamento do anúncio da candidatura por parte de MRS se deve ao interesse e à vantagem em continuar a aproveitar o seu tempo de antena como comentador . Aliás já o referi neste blog num post anterior ("Marcelo Rebelo de Sousa - um perito na gestão do tempo"), publicado em 29 de Maio pº pº .
É detectável ser diverso o interesse de RR no adiamento do seu anúncio como candidato à PR - não tendo conseguido apoio de Pedro Passos Coelho ( PPC ) de forma antecipada ( apoio com o qual talvez contasse, pois desse modo PPC afastaria um concorrente à liderança do PSD caso venha a perder as eleições ) - fica a jogar em dois tabuleiros, o da PR caso a coligação PàF ganhe as eleições legislativas e o do PSD caso a coligação as perca ( e RR, então, talvez venha a optar por concorrer contra PPC tendo em vista alcançar a chefia do partido ) .
MRS e RR são, afinal, mais parecidos do que parecem : adiam as suas decisões visando um ganhar ainda maior notoriedade e o outro protelar o momento da escolha entre duas alternativas, sem antecipar a anulação de nenhuma delas .
Sempre interesses pessoais a nortear os comportamentos .