Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações .
Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .
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As mensagens do Presidente da República a propósito das "movimentações" que pretendem transformar em vitória a clara derrota sofrida pelo PS nas recentes eleições legislativas não podiam ser mais claras .
A verdade, contudo, é que essas "movimentações" prosseguem e robustecem-se cada dia que passa, pois a sede do poder sobreleva todas as diferenças que ninguém desconhece existirem entre os programas do PS, do BE e do PCP ( e seu apêndice, o PEV ) .
Ainda não vi até hoje, entre os inúmeros comentadores que proliferam nas televisões e nas rádios, ser levantada a questão de uma eventual renúncia de Cavaco Silva ao cargo, caso, na sequência da rejeição do Governo PSD-CDS na Assembleia da República, lhe seja apresentada uma alternativa de Governo do PS com apoio integrado nele ( ou apenas parlamentar, como se antevê mais provável ) do BE e do PCP.
Se Cavaco Silva levar a sua coerência até ao fim é de esperar que recuse essa solução espúria .
Mas em que termos ?
Uma alternativa que não vi até hoje ser comentada seria a renúncia ao mandato, nos termos do disposto no artº 131º da Constituição da República, através de mensagem dirigida à Assembleia da República .
Nessa circunstância a substituição interina do PR ocorreria nos termos constantes do artº 132º da Constituição, assumindo funções o Presidente da Assembleia da República ou, no impedimento deste, o seu substituto .
Mas existem algumas limitações no exercício, pelo substituto, dos poderes que competem ao Presidente da República, limitações essas elencadas no artº 139º da Constituição .
Dessas limitações revestem o maior interesse, no desenvolvimento do imbróglio que se encontra instalado no nosso desgraçado país, as seguintes :
1ª - o Presidente da República interino não pode dissolver a Assembleia da República ( o nº 1 do artº 139º impede-o de praticar o acto previsto na al. e) do artº 133º ) ;
2ª - o Presidente da República interino só pode nomear o 1º Ministro após audição do Conselho de Estado ( o nº 2 do artº 139º assim estabelece em relação à al. f) do artº 133º ) .
Fico a aguardar com expectativa, enorme mas preocupada, os próximos episódios ...
Na sequência do afastamento de Garcia Pereira e de quatro acólitos da direcção do PCTP/MRPP começou a soar que Arnaldo Matos ( o "camarada João" na gíria do partido ) poderia regressar ao comando da instituição .
Passadas largas dezenas de anos e tendo em conta a "evolução" do "camarada João" desde os "tempos heroicos" do "combate antissocial fascista" não estamos seguros de que isso venha a acontecer .
Mas se vier a ser verdade já estou a ver o simpático Senhor Emílio, o proprietário do Restaurante Adega da Tia Matilde, preoupado com a perda de um tão importante cliente - é que o "ex-educador da classe operária" irá naturalmente deixar de almoçar opiparamente no restaurante em causa, "despedindo-se" de vinhos de marca e de um whisky velho ao fim da refeição ...
Cavaco Silva, como, aliás, era altamente provável, comunicou ao país ter indigitado Pedro Passos Coelho para chefiar o Governo .
Até aqui tudo normal e previsível .
Só que o Presidente da República exorbitou de forma nítida ao alargar os fundamentos normais da indigitação, emitindo uma verdadeira "fatwa" contra a esquerda política de Portugal, nas suas variadas e pouco articuláveis nuances .
Tal pronunciamento mereceu de imediato críticas ferozes por parte do PS, do BE e do PCP ( e seus acólitos, o PEV ) .
São, porém, críticas injustas .
É que Cavaco Silva, com essa extemporânea diatribe, facilitou a vida ao PS, robustecendo-o com um cerrar de fileiras que nem sequer excluiu a ala segurista .
Daí que as dúvidas que haveria na eleição de Ferro Rodrigues como Presidente da Assembleia da República - a segunda figura do Estado - ( esse mesmo Ferro Rodrigues que cumpriu um mandato mais do que obscuro como Presidente do Grupo Parlamentar do PS ) se tenham dissipado como que por milagre .
Só que não foi milagre, não .
Foi a "mãozinha" de Cavaco Silva a ajudar, com a sua lamentável encenação .
E resta saber se a "ajuda" acabará por ficar por aí ...
A alquimia, no domínio material, pretendia obter a transmutação dos metais vis em ouro e prata por uma substância ( "fermento" ) designada por pedra filosofal ( Verbo - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura ) .
António Costa é, claramente, o alquimista do século XXI .
Depois de ter "transformado" a vitória de António José Seguro ( se bem que "poucochinha" ) em derrota, tenta agora fazer o mesmo à vitória ( também algo "poucochinha" mas por ninguém esperada - muito menos por António Costa - há meia dúzia de meses ) da coligação PàF nas recentes eleições legislativas .
Só que a tarefa, no imediato ou, pelo menos, a curto ou médio prazo, é ainda mais difícil e complexa do que a realizada pelos alquimistas de há séculos .
Tratar cobre com ácidos corrosivos não pode levar a bons resultados ...
António Costa, depois da sua derrota "poucochinha" nas eleições legislativas, tem andado numa fona .
Por um lado "gasta-se" procurando justificar a não apresentação da sua demissão do cargo, demissão que seria uma atitude honesta e adequada e à qual não deveria fugir .
Para além disso "distribui-se", negociando à esquerda e à direita, desse modo tendo em vista mostrar-se vivo e são, recuperando do AVC que sofreu nas eleições .
Como se não bastasse encontra-se ainda enfronhado em laboriosas pesquisas genealógicas, indispensáveis para a sua opção final em matéria de consensos políticos .
É que António Costa procura afanosamente concluir se possue meios-irmãos ou, ao invés, segundos-primos.
Um conhecido meu tem notórias limitações de inteligência .
É curiosa, porém, a consciência plena que tem dessas limitações .
Assim, mal começaram a surgir veículos automóveis matriculados com as letras QI colocadas entre os quatro algarismos da praxe, não descansou enquanto não foi ao stand do qual é cliente habitual para encomendar uma nova viatura .
Não interessa a marca, disse ele . O essencial é que o QI seja adequado ao meu estatuto .
O proprietário do stand, tendo em conta a relevância do cliente, colocou de imediato mãos à obra .
E, passado o período no qual cinco chineses endinheirados lutaram ferozmente pela matrícula 88-QI-88, deslocou-se todos os dias durante uma semana ao IMTT para procurar satisfazer da melhor maneira o seu cliente .
Já tenho o seu novo carro, telefonou ele ao meu conhecido . Venha cá logo que lhe calhe .
No contacto pessoal subsequente o cliente mostrou-se muito satisfeito com a matrícula 99-QI-99 e agradeceu o trabalho realizado .
Realmente foi um esforço enorme, respondeu o proprietário do stand . E, além do mais, tenha ainda em atenção que ficou bastante beneficiado !
Todos continuamos a recordar o modo execrável como António Costa desencadeou o processo para defenestrar António José Seguro de secretário-geral do PS .
Na altura o argumento apresentado ( todos sabemos que a razão real foi o voraz apetite pelo poder, sem olhar a meios ) terá assentado na vitória ( poucochinha ) no acto eleitoral que tinha tido lugar .
Depois, grandes expectativas que se foram esboroando ao longo do tempo, até desembocarem no péssimo resultado do PS nas legislativas de hoje .
Nem vitória poucochinha nem sequer vitória .
Adeus, António Costa .
Volta, António José Seguro, estás perdoado . Ou antes perdoado não, pois não cometeste nenhum pecado .
Pedão precisaria António Costa, só que esse não o merece .