Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações .
Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .
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Regressaram do Rio de Janeiro os atletas paralímpicos, naturalmente felizes e orgulhosos pelo seu comportamento.
Entre eles não existiram "excursionistas", ao contrário do que sucedeu com os atletas olímpicos que os antecederam nos Jogos .
37 atletas paralímpicos com quatro medalhas, em comparação com 92 olímpicos que apenas conseguiram trazer uma .
Muitos desses 37 superaram-se nas provas, pois, para além das medalhas, bateram vários recordes nacionais e melhores marcas pessoais, nenhum tendo envergonhado .
E fizeram-o apesar dos apoios de que beneficiaram serem muito inferiores aos dos tais "excursionistas" - menos 857,00 € mensais .
Assim, para além da sugestão que já fiz constar deste blogue - aperto significativo nas condições de acesso aos Jogos Olímpicos, para travar a ida de simples "excursionistas" - devem ser melhorados os apoios aos atletas paralímpicos, os tais que nunca nos envergonham .
Durante muitos anos Setúbal, beneficiando das excepcionais condições naturais com as quais foi brindada, era conhecida - de forma merecida - como a Cidade do Rio Azul .
Só que agora, na sequência do retrocesso e da degradação de que tem sido vítima, ganhou tristemente direito a uma nova denominação :
SETÚBAL - Pilaretes, Rotundas e Borradelas nas Paredes, S.A.
Temos visto surgir, de forma reiterada, citações de Eça de Queirós, visando comprovar que o baixo nível dos políticos, a promiscuidade entre a política e os negócios, o clientelismo e a corrupção já são velhos de décadas e décadas no nosso país .
Mas Camilo também se pronunciou sobre a matéria .
Damos um exemplo :
No livro "Vinte horas de liteira", no conto "O Enjeitado", escreveu Camilo :
" ... era guarda da alfândega Jerónimo Carvalho . Roubou dos armazéns fazendas, que estavam a despacho . Os negociantes roubados citaram-no a juízo, e levantaram-lhe o triângulo sobre o livro 5º das Ordenações . Naquele tempo era tão fácil enforcar um ladrão, como é fácil hoje apresilhar-lhe uma venera na lapela da casaca . "
Continua a ser verdade, apenas com o pequeno pormenor ( passe a redundância ) de já não existir forca ...
O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa ( MRS ) tem procurado, com clara insistência, sensibilizar os partidos políticos no sentido de encontrarem pontos de consenso a médio e longo prazo em matérias de relevante interesse nacional .
Sendo MRS um mestre, com uma experiência única na gestão de longo prazo - andou durante dez ou quinze anos a preparar, paulatina mas metodicamente, o "acampamento" no qual acabaria por se vir a instalar como Presidente da República -, bem podia ajudar dando acções de formação aos partidos nessa matéria ...
As frequentes declarações de Catarina Martins ( BE ) e de Jerónimo de Sousa ( PCP ) não deixam dúvidas de que :
* a luta continua ;
* apesar da indiscutível capacidade negocial de António Costa vão surgindo alguns "furos" nos pneumáticos da "geringonça" .
As recauchutagens conseguem minimizar os estragos, mas todos temos consciência do que acontece quando essas reparações precárias se repetem - basta ver aquilo com que, de quando em vez, deparamos nas rodovias pelas quais circulamos : viaturas paradas nas bermas e bocados de pneumáticos espalhados pela via .
Recordando e adaptando à situação a afirmação que "alguém" produziu anos atrás revela-se oportuno pressagiar :
Segundo foi noticiado recntemente o Governo admite aumentar as pensões mais baixas .
É, mais uma vez, a cantilena do "Fado do Desgraçadinho" em vez de uma análise séria e ponderada da relação comparticipação/benefício .
Os que mais reclamam, queixando-se de reformas muito baixas, são na maioria dos casos aqueles que menos contribuiram e que, para além disso, não raramente utilizaram expedientes para aceder à reforma .
Basta dizer que, entre 1974 e 1979, eram suficientes 3 ANOS DE INSCRIÇÃO E 24 MESES DE ENTRADA DE CONTRIBUIÇÕES para garantir acesso à pensão de reforma .
É evidente que agora já não será altura de fazer uma apreciação individual desses casos .
Mas seria perfeitamente possível ao Governo ( a "geringonça" permiti-lo-ia ? não é nada provável ! ) autonomizar essas situações e, pura e simplesmente, não actualizar os montantes dessas reformas .
Das actualizações deveriam ser excluídas todas as reformas por velhice obtidas com menos de 120 meses de entrada de contribuições e as reformas por invalidez alcançadas com menos de 60 meses de entrada de contribuições .
Só que, sendo Portugal uma "república das bananas", sabemos perfeitamente que nada será feito de forma correcta, continuando o "bodo aos pobres" ... até ao desenlace fatal ...