Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações .
Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .
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Na última terça-feira, no seu tempo de antena semanal, José Miguel Júdice afirmou, a propósito da tragédia de Pedrógão Grande, que "António Costa devia ter dito que o que se passou é intolerável" .
Tendo em consideração que :
* Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa continuam em "lua de mel", com raras situações em que o acordo não é total - mas, mesmo assim, o "clima" permanece ;
* o Presidente da República fez declarações em Pedrógão Grande, no período inicial da catástrofe, que ainda hoje devem permanecer presentes na memória de António Costa - "o que se fez foi o máximo que se poderia ter feito" ; "não há nem falta de competência, nem de capacidade, nem de imediata resposta" ,
não era realmente de esperar que António Costa, com uma tomada de posição nos termos preconizados por JMJ, viesse a desmentir de forma categórica e sem sofismas as declarações do Presidente da República no teatro de operações .
A Caixa Geral de Depósitos, instituição bancária pública, concorrente com os Bancos privados ( cuja finalidade é o lucro ) e desejavelmente capaz de garantir condições favoráveis aos seus clientes, em especial aos de menores recursos e às pequenas e médias empresas, já preparou, no âmbito da reestruturação que tem em curso, novas condições destinadas a vigorar a partir de 1 de Setembro pº fº nas contas à ordem dos seus "estimados" clientes .
De acordo com essas alterações ao preçário de comissões e despesas a CGD irá cobrar comissões em todas as contas à ordem, comissões essas variando entre 2,5€/mês ( 30€/ano ) e 9€/mês ( 108€/ano ) .
Bendito Banco Público !
Como é que os clientes bancários passariam sem ele !!!
Na fase de "rescaldo" dos deploráveis comportamentos de inúmeros "responsáveis" no ataque às chamas assassinas que devastaram Pedrógão Grande e na defesa das populações ameaçadas, o Presidente da República veio declarar do seu privilegiado púlpito :
"É tempo de, sem limites nem medos, se apurar o que, estrutural ou conjunturalmente, possa ter causado ou influenciado quer o sucedido quer a resposta dada ."
Significará tal frase que o PR entende justificar-se a abertura de um inquérito, extenso e profundo, ao acontecido ?
À primeira vista pode parecer que sim .
Mas, se recordarmos anteriores afirmações categóricas do mesmo titular, a dúvida instala-se .
Basta pensar qual poderia ser a primeira iniciativa de um instrutor nomeado .
E se este, recordando posições inequívocas tomadas por Marcelo Rebelo de Sousa no teatro de operações
( "o que se fez foi o máximo que se poderia ter feito" ; "não há nem falta de competência, nem de capacidade, nem de imediata resposta" )
e tendo em conta a autoridade do Supremo Magistrado da Nação, decidisse o arquivamento puro e simples do processo de inquérito ?
Não, não acreditamos que isso viesse ou que isso venha a acontecer .
Temos como mais provável que o processo de inquérito - a ser instaurado, como é desejável e imperioso até - olvide essas posições tomadas no teatro de operações, considerando-as, como muitos portugueses já o fizeram, "marcelices" do Presidente da República .
É altura de dar os parabéns ao Governo do PS do senhor Pinto de Sousa que,através do Decreto-Lei nº 22/2006, extinguiu o Corpo Nacional da Guarda Florestal .
Esse Corpo, muito qualificado e especializado, transitou para o quadro de pessoal civil da GNR, com os resultados desastrosos que estão à vista .
É do conhecimento geral o "cataclismo" verificado no "idílio" que existia entre o independente Rui Moreira e o PS, visando as próximas eleições autárquicas, em virtude das infelizes declarações de Ana Catarina Mendes .
Mas que essa nova realidade tivesse levado Ana Gomes, sem a menor parcela de pudor, a mudar tanto e em tão curto lapso de tempo na apreciação feita a Rui Moreira, ultrapassa o previsível, embora se saiba que os políticos, para o serem e se manterem, devem possuir como características essenciais :
* a colocação do interesse partidário acima do interesse nacional ( não, não é erro, foi exactamente isso que eu quis escrever ! ) ;
* uma absoluta falta de memória .
Mas afinal o que disse Ana Gomes ?
Em Janeiro de 2017 :
"É óptimo o PS poder contar com Rui Moreira para o Porto . Ele é o expoente máximo de seriedade e competência ."
Em Maio de 2017 :
"Rui Moreira está a deixar o Porto de rastos . É importante que os portuenses queiram a mudança ."
Sem dúvida edificante .
Justifica-se uma pergunta :
Incoerência ou falta de memória ?
Sem olvidar que, como atrás referi, a falta de memória é uma das características essenciais dos políticos profissionais, inclino-me antes neste caso para a incoerência, tendo em conta que as duas posições tão antagónicas se encontram separadas apenas por poucos meses .
E cá está, mais uma vez e como sempre, o interesse partidário acima de tudo o resto .