Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações .
Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .
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Confesso que não tinha grandes expectativas mas, apesar disso, tenho procurado, dia após dia, lobrigar um jornalista que se "atreva" ( numa multidão de yesmen ) a perguntar ao Primeiro-Ministro se agora se arroga o direito de se substituir ao Tribunal Constitucional que, no uso dos poderes que lhe estão atribuídos, considerou o Chega um partido legítimo .
Só que o silêncio, nesta como noutras matérias sensíveis, é absolutamente sepulcral .
O PS ainda não se habituou à perda do poder na Região Autónoma dos Açores.
Desde logo mostra um enorme lapso de memória sobre o que tinha feito em 2015 depois de ter perdido as eleições .
Agora, acolitado em especial pelo BE, esgrime tudo o que pode, não excluindo sequer puras falsidades .
Mas essas reacções têm apenas duas causas .
A primeira é o ressabiamento pela perda dos lugares à manjedoura .
A segunda é o medo, intenso, de que, no futuro, a solução possa ser alargada ao todo nacional em próximas eleições .
E, se assim viesse a suceder, lá estariam o PSD e os seus acompanhantes a tentar emendar de novo a bancarrota em que, mais uma vez, o PS colocara o país .
Foi uma entrevista soft, conduzida por um jornalista que foi tudo menos incómodo, pelo que não justifica extensos comentários .
A propósito do seu conteúdo, pelo menos para mim, o ponto mais relevante foi quando o PR referiu que o estado de emergência visa, entre outros objectivos, criar condições para limitar a liberdade de circulação, dando mais força jurídica às decisões do Governo .
Foi, assim, o reconhecimento tácito de que as limitações que vigoraram entre 30 de Outubro e 3 de Novembro padeceram de clara inconstitucionalidade .
Para além desse ponto assinalo mais dois que o entrevistador poderia ter explorado, caso não tivesse sido tão atento, venerador e obrigado :
1º - quando Marcelo referiu que as pessoas se cansam das conferências de imprensa podia ter-lhe perguntado se não teme que as pessoas se cansem também das sua s excessivas aparições ;
2º - quando o PR recordou a sua intenção de não se recandidatar caso se tivesse repetido a dimensão brutal dos incêndios de 2017 podia ter sido confrontado com outras duas intenções que não foram cumpridas :
2.1. sobre o AO90 o PR chegou a declarar dever ser ponderado o acordo, atenta a situação de dúvida e de não aceitação por parte de alguns países de língua oficial portuguesa . Essa situação mantém-se mas o PR "abandonou" o assunto ;
2.2. quando da redução do horário de trabalho semanal na Administração Pública das 40 para as 35 horas o PR, ao promulgar o diploma que fixou o regime, afirmou, de forma clara, que se viesse a ocorrer aumento de despesa submeteria o assunto ao Tribunal Constitucional .
Ora, tendo sido o aumento de despesa indiscutível, lamenta-se o incumprimento da promessa por parte do PR .