Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações .
Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .
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Foram relativamente consensuais os comentários ouvidos e lidos a propósito dos vencedores e dos vencidos nas eleições legislativas do passado domingo .
Nos vencedores são assinalados o PS ( acima de todos ), mas também o CHEGA e a IL .
Já quanto aos derotados surgem nas listagens o CDS ( acima de todos, tanto mais que em risco de extinção ), o BE ( transformado no novo "partido do táxi" ), a CDU ( PCP + o seu apêndice, o PEV ) com o pior resultado de sempre, o PSD ( por não ter conseguido evitar o brilharete de Costa ) e o PAN .
Só que existe um outro derrotado, do qual ninguém fala .
Trata-se do Presidente da República .
Depois de ter provocado uma crise política com as suas declarações insensatas, prematuras e intempestivas Marcelo Rebelo de Sousa vê a sua magistratura de influência brutalmente reduzida - pela maioria absoluta do PS - a um papel quase decorativo .
Dramático para ele, a não ser que venha a sentir-se compensado ( de forma relativa embora ) com disponibilidade para mais umas selfies e multiplicação de abraços nas várias Ginginhas às quais se desloca amíude em peregrinação ...
Aproximam-se as eleições legislativas, regidas por normas mais do que ultrapassadas .
Não falo, porém, em pormenor do brilhante estudo da SEDES, que aponta os "podres" e avança soluções .
A tal propósito refiro apenas os círculos uninominais, mais do que falados mas nunca concretizados, por motivos que bem se percebem na inércia dos partidos .
É que, com círculos uninominais, os deputados passariam a ser muito mais escrutinados pelos seus eleitores, tendo que deixar de ser as acéfalas marionetas dos "chefes" .
Mas o aspecto concreto que pretendo referir hoje é outro .
No próximo dia 30 decorrem as eleições para a Assembleia da República .
De acordo com a cadavérica legislação actual na véspera desse dia não existe campanha eleitoral, substituída por um designado período de reflexão .
Só que uma semana antes, a 23 de Janeiro de 2022 - exactamente hoje -, eleitores inscritos para o efeito puderam e podem votar antecipadamente .
E nesse caso não ocorreu o eufemisticamente chamado período de reflexão, tendo esses eleitores tido a possibilidade de continuar a assistir à ópera bufa da campanha até ao último momento !
O que se espera para dar a indispensável volta a legislação tão cadavérica ?...
Confesso que nunca esperei grande coisa dos frente-a-frente de menos de meia hora entre os representantes dos oito partidos com assento na Assembleia da República mais o Livre ( que foi "repescado", apesar de já não ter qualquer deputado no Parlamento ) .
Esperava, contudo, que no cenário que juntou esses oito partidos mais o Livre no Capitólio o moderador tivesse feito a António Costa as perguntas que muitos fazem mas que nenhum jornalista formula :
"Quando criticou o secretário-geral do PS que o antecedeu no cargo ( António José Seguro ) pelo resultado poucochinho que obteve isso não o atrapalhou quando perdeu as eleições legislativas de 2015 ?
Com a habilidade política que todos lhe reconhecem transformou essa derrota em vitória, "fabricando" a geringonça .
Agora, em 2022, diz que se perder as eleições se demite .
Qual a razão para não tentar de novo converter a derrota em vitória ?"
Seria uma pergunta natural e , mais do que isso, pertinente .
Só que para ela surgir seria necessário que os jornalistas deixassem de ser atentos, veneradores e obrigados ...