Site de poesia, pensamentos, análise política e social, polémica, pontos de vista, interrogações e inquietações .
Aparece de quando em vez, sem obrigações calendarizadas .
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Com a sua incapacidade Luís Montenegro traçou o seu pedregoso caminho .
O início do mal deu-se quando, em resposta imponderada a jornalistas e pseudo-jornalistas que, de forma acintosa e repetitiva, lhe perguntavam se iria aliar-se ao Chega, respondeu o fatídico "Não é não" em vez de lhes retorquir que não se lembrava de eles, alguma vez, terem perguntado a António Costa, antes das eleições que levaram à "geringonça", se iria aliar-se ao BE e/ou ao PCP .
O mal estava feito e o resto veio por acréscimo .
As três derrotas na tentativa de eleição de Aguiar-Branco para Presidente da Assembleia da República são consequência desse falhanço vocal .
E, depois, a emenda é pior do que o soneto - Montenegro foi estrondosamente derrotado por Pedro Nuno Santos .
Viu-se forçado a dividir a presidência da AR com o PS, mas sempre em posição de inferioridade .
É que o PS, na eleição ( à quarta tentativa ! ) de Aguiar-Branco, sabia em quem estava a votar, enquanto que os deputados do PSD, daqui a dois anos, terão que aceitar quem o PS lhes queira impingir .
Erros atrás de erros .
APOSTILA
Só resta uma questão na qual ainda não me sinto esclarecido - o "folhetim" da eleição na AR ter-se-á devido mais a uma "birra" de André Ventura ou a um "grãozinho de areia" colocado na engrenagem por Nuno Melo ?
O Expresso publicou recentemente na primeira página que o Presidente da República não quer o Chega no Governo .
Trata-se - e está muito longe de ser a primeira vez - de uma notícia "encomendada" por Marcelo Rebelo de Sousa .
Comportamento pouco edificante de quem está em queda livre já há bastante tempo e não consegue emendar-se da prática antiga das diabruras de criança, quando metia medo à avó .
Ao contrário do que a esmagadora maioria pensa, acho que ninguém ganhou as eleições de 10 de Março .
Mas delas terá resultado um aviso muito sério .
Explico :
Embora muitos comentadores euféricos apontem a redução da abstenção em relação a 2022, penso que a comparação deve ir muito mais atrás .
Quando, em 1975, tiveram lugar as primeiras eleições livres depois da queda do regime autoritário votaram mais de 91% dos inscritos nos cadernos eleitorais .
Agora, em 2024, um terço dos potenciais eleitores pura e simplesmente marimbou-se, não indo votar .
Há é que dissecar as causas desse desinteresse .
Para tanto recordo a canção ( a paz, o pão, habitação, saúde, educação ) - onde estão tais promessas e tais desígnios ?
Salvo raríssimas e honrosas excepções, desde o 25 de Abril os sucessivos Governos só têm avançado no seu incumprimento .
Aliás, há uns anos, compus um soneto que permanece hoje em dia tão actual como nessa altura .
Vou transcrevê-lo :
PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS
Alvorada de Abril, que prometia
O crescimento sim, mas sem censura
Alvorada febril, que nesse dia
Nasceu para ficar, límpida e pura .
Alvorada de Abril, mas onde estás ?
Quem te matou e assim te faz negaças ?
Agora as alvoradas surgem más
E poucos as festejam nestas praças .
Acreditaste tanto e afinal
Doente continua Portugal
Sem que se veja ao longe melhoria
Na busca cansativa e dolorosa
Não antevendo cravo ou mesmo rosa
Neste soturno, baço e triste dia .
Voltemos, então, ao sério aviso .
Várias centenas de milhar de eleitores mostraram chocante desinteresse pelo processo eleitoral .
E quando ( ou se ) esses inúmeros desinteressados - em consequência da péssima gestão da Causa Pública - se converterem em revoltados, como muitos já fizeram ?
Estou quase a completar a construção da minha casa de férias no Alentejo .
Mas confesso que sinto um certo receio de ouvir António Costa a dizer a Pedro Nuno Santos para a vir inaugurar em virtude de ser obra sua, como fez recentemente com o futuro hospital de Sintra, cuja construção foi suportada pela autarquia ...