As costas largas do aumento do IVA na crise da restauração-
Logo que foi tomada a decisão de aumentar o IVA na restauração para 23% surgiram de imediato
vozes orquestradas apontando um futuro catastrófico para o sector, falando, com ligeireza, na
extinção de 120.000 postos de trabalho .
Os industriais "fingiram", durante algum tempo, que iriam tomar a medida altruista de suportar o
aumento do IVA, não o repercutindo no consumidor .
Só que isso - verificamo-lo em variados locais - foi sol de pouca dura, uma vez que, passado algum
tempo, o aumento dos preços lá se foi concretizando .
Agora, ao surgir a altura do pagamento do IVA referente ao 1º trimestre de 2012, os pregoeiros da
catástrofe voltaram a cerrar fileiras, apontando a impossibilidade de cumprimento em virtude do
brutal aumento verificado .
E - gato escondido com o rabo de fora !... - falam em aumentos de 300% na comparação com idêntico
trimestre de 2011, embora continuem a afirmar que não aumentaram os preços e que cada vez os
clientes são menos .
Ora como a actualização do IVA, embora enorme, não atingiu os 100%, atentos os restantes pressupostos
alinhados pelos industriais a causa da subida dos montantes a pagar não pode resultar apenas do IVA a
23% .
Existe claramente outra causa que se filia no controlo mais apertado da máquina fiscal num sector que
era dos que mais fugia ao fisco .
Máquinas registadoras mais fiáveis, programas informáticos sem alçapões e reforço significativo da
fiscalização contribuem muito mais do que o IVA a 23% para a subida dos montantes a pagar .
Mas isso, naturalmente, não "pode" ser reconhecido pelo sector da restauração ...