Impeachment para Allah
Recebi recentemente de um antigo condiscípulo de Coimbra que se encontra radicado no Brasil
um lúcido comentário a propósito das actuais convulsões em que vive o mundo :
" Perante o que está acontecendo em todo o Oriente Médio e grande parte da África muçulmana,
agora com a carnificina em curso no Egipto, chegou a hora de exigir : impeachment para Allah,
por sua incompetência ! "
A minha primeira reacção foi de concordância absoluta, mas depois, pensando melhor, introduzi
uma "nuance" na posição definitiva .
São sobejamente conhecidos os princípios e os fundamentos do Islão, religião abraâmica monoteista
articulada pelo Corão e que é a segunda mais difundida no mundo, com incidência primordial na
Indonésia, no sul da Ásia, no Médio Oriente, na Ásia Central, no Sudeste Asiático e na África Subsariana,
para além de se encontrar em perigosa penetração em muitos outros países que se conservam
distraídos como a França .
Um pilar essencial dessa religião é a Sharia ( lei islâmica ), conjunto de normativos fossilizados no tempo
e ao abrigo dos quais se justificam, por exemplo, a submissão da mulher, a perseguição a cristãos e o
assassinato de dissidentes em países islâmicos .
Como exemplo concreto da "modernidade" da Sharia transcrevo apenas :
" Uma mulher considerada adúltera deve ser enterrada até ao pescoço ( ou às axilas ) e apedrejada até
à morte ."
É pensando em tudo isto e ponderando a lufada de ar fresco que o Papa Francisco trouxe à ritualista
e sonolenta Igreja Católica que, em alternativa ao impeachment de Allah, eu preferiria o surgimento
de um "Ayatollah Francisco", capaz de regenerar uma religião atolada de fanatismo e parada no tempo .