O Dr. Pedro Passos Coelho traz consigo uma réstea de esperança
A recente e profunda alteração política ocorrida em Portugal tem merecido a minha interessada atenção .
No passado próximo vinha alinhando críticas intensas ao amiguismo que, a todos os níveis, servia para
colocar incompetentes em inúmeros lugares do Estado, com os lamentáveis resultados de todos nós
conhecidos e que tanto nos estão a fazer sofrer .
Daí até o poema com o título de " Jobs For The Boys ", constante do meu livro " Melodia Interrompida ",
poema esse que, aliás, até já fiz constar de um post anterior deste meu blog .
Só que o novo Primeiro-Ministro, o Dr. Pedro Passos Coelho, aparenta estar a trazer para a política
portuguesa uma nova postura, já traduzida em algumas louváveis atitudes .
Assinalo destas apenas as seguintes :
* em 1999 rejeitou a reforma vitalícia a que tinha direito pelo exercício do cargo de deputado ( de
acordo com uma legislação vergonhosa, " cozinhada " pelos parlamentares - ou paralamentares ? - no
interesse deles próprios ), sendo o único deputado que, em 37 anos de existência da Assembleia da
República, assim procedeu ;
* tinha empenhado a sua palavra perante o Dr. Fernando Nobre no sentido de o apresentar, pelo PSD,
como candidato a Presidente da Assembleia da República .
Atenta a posição expressa no assunto pelo CDS, parceiro de coligação no Governo, podia ter recuado
por razões de estratégia, mas não o fez .
Manteve a sua palavra, mesmo que isso lhe viesse a provocar danos na imagem, em virtude da previsível
derrota .
Só que para mim isso terá até reforçado a sua imagem, pois mais importante do que tudo o resto é a
honradez da persistência na palavra dada ;
* a decisão da não nomeação de novos governadores civis, essas figuras desnecessárias, uma vez que
apenas serviam para colocação de " excedentários " do Governo, dos Gabinetes, da Assembleia da
República e de outros cargos públicos ;
* a determinação para a troca dos bilhetes de avião reservados em classe executiva para bilhetes em
classe económica, destinados à viagem de Estado a Bruxelas em 22 do corrente, deixando assim
assinalado de modo muito impressivo que os bons exemplos devem vir de cima, para serem em seguida
extensivos ao restante tecido social .
Parece que temos homem ! E bem precisamos dele e que ele nos motive para colaborarmos na tarefa
complexa, ingente e difícil que a todos nós cabe !