A eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo
Já imensos comentários foram produzidos e inúmeras loas vieram à luz do dia a propósito da eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo .
Muitos e variados foram os pontos focados, uns com maior e outros com menor relevância .
Por minha parte debruço-me apenas sobre dois aspectos cujo desenvolvimento futuro se pode revelar interessante, confirmando ou infirmando o meu entendimento . Vejamos :
1º - a incomodidade do PCP e do BE era mais do que previsível : ver o Ministro das Finanças de Portugal ( o "homem da massa" que, reconheça-se-lhe esse mérito, tem levantado obstáculos à multiplicação das despesas e à atribuição indiscriminada de benefícios, pretendidas por essas duas "peças" da geringonça ) à frente do Eurogrupo, gestor e defensor da ortodoxia financeira e orçamental dos países da UE, deve provocar-lhes calafrios ;
2º - o papel de Mário Centeno não deverá vir a ser tão relevante quanto o Governo e órgãos de informação a ele afectos fazem supor : repetiu-se a escolha habitual para a presidência do Eurogrupo de um Ministro das Finanças de um pequeno país ( Portugal é assim presentemente, embora não o tenha sido no passado ), pois os ditames continuarão a ser emanados da dominante Alemanha - aquela que não cumpre as regras da UE no que concerne aos saldos excessivos sem que sequer lhe seja chamada a atenção -, com a França como um acólito não muito relevante .
E assim muda a presidência ... para que tudo fique na mesma ...