A posição do PS em matéria de austeridade começa a tornar-se compreensível, apesar das "tácticas defensivas" de António José Seguro
Vai ser muito curioso assistir aos desenvolvimentos da campanha para as eleições europeias,
em especial ao terçar de armas de dois colegas do mesmo escritório de advocacia - António
Vitorino, mandatário da candidatura do PS e Paulo Rangel, cabeça de lista da coligação PSD/CDS .
António Vitorino, com a inteligência que lhe é sobejamente reconhecida e com a capacidade
exímia em jogar com as palavras, usando-as na exacta medida, já fez uma referência à
AUSTERIDADE, referência essa que não deixou dúvidas .
Disse António Vitorino :
"Aqueles que se abstiverem de participar não poderão mais tarde queixar-se da continuação
da austeridade cega ou das orientações que discriminam os países em função da sua situação
económica e social " .
Ou seja - é criticável uma austeridade cega mas não uma austeridade consciente e realista, uma
vez que António Vitorino sabe perfeitamente que a austeridade tem ainda que continuar, tão
grave foi a situação na qual o senhor Pinto de Sousa deixou o país .
Depois de Óscar Gaspar vemos agora António Vitorino a reconhecer que o caminho, nos próximos
tempos, continuará ainda a não ser fácil .
Austeridade não cega mas austeridade consciente e realista, austeridade da qual António José
Seguro foge como diabo da cruz, continuando a falar - sem a menor concretização, contudo -
em desenvolvimento e melhorias sociais ( através de aumentos de despesa ), num cenário tão
cor-de-rosa como utópico .
Só que OG e AV surgem noutro comprimento de onda . E as suas declarações levam-nos a pensar
que não faltará muito para que possamos ouvir António José Seguro a miar .
É que como gato escondido com o rabo de fora já milhões de portugueses o estão a ver ...