É com notícias destas que percebemos as razões para Portugal não funcionar
Nos órgãos informativos de ontem era referido, em grandes parangonas, que o Ministério da Saúde pedira aos hospitais que só depois de asseguradas as escalas de urgência autorizassem férias de médicos e de enfermeiros .
A medida em causa fazia parte de um plano capaz de garantir resposta atempada ao aumento de doentes na época invernosa, atento o surto de gripe .
O Ministério da Saúde reforçou essas indicações às administrações regionais de saúde ( ARS ), repetindo que os hospitais têm que garantir as escalas dos serviços de urgência no Carnaval para poderem autorizar os períodos de férias de médicos e enfermeiros .
Realmente Portugal é um autêntico país de opereta !
Mas afinal as administrações regionais de saúde e os hospitais não são dirigidos por gestores, teoricamente habilitados ?
É necessário que o Ministério da Saúde venha transmitir normas elementares de gestão, como se nas administrações regionais de saúde só existissem burocratas de terceira linha e nos hospitais apenas maqueiros ?
E, se o Ministério da Saúde o fez agora, parece lícito concluir que os graves problemas ocorridos nas últimas semanas se terão devido, pelo menos em parte, à não tomada de medidas gestionárias correctas por parte dos "responsáveis" .
Pena é que a actuação do Ministério da Saúde, pelo que consta, se tenha limitado a "ensinar o padre-nosso ao vigário" sem também pedir responsabilidades a quem falha rotundamente a aplicação de normas primárias de gestão .