Em democracia somos todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros ...
Na telenovela do roubo de Tancos o juiz Carlos Alexandre mostrou desejo de que a audição do Primeiro-Ministro António Costa fosse presencial .
Para cumprimento das formalidades prévias tornou-se necessária a audição do Conselho de Estado .
António Costa, no exercício de uma prerrogativa que a legislação lhe concede - cá está mais um exemplo de que há uns mais iguais do que outros ... - manifestou interesse em que a audição tivesse lugar por escrito .
O Conselho de Estado, de forma unânime, pronunciou-se no sentido pretendido pelo PM .
Com este tratamento positivamente discriminatório António Costa fica privilegiado face ao juiz Carlos Alexandre .
Recebe perguntas por escrito, responde como melhor entender e, por muito duvidosas ou ininteligíveis que sejam essas respostas, tudo ficará por aí .
Num interrogatório presencial os "apertos", perante respostas insatisfatórias ou contraditórias face a elementos já existentes no processo, surgiriam e a testemunha estaria em posição muito mais incómoda .
Só que isso só funciona para o comum dos mortais, já não para aqueles que são mais iguais do que outros ...
Uma maravilhosa democracia !