Já não vale a pena lutar contra o Novo Ac(b)ord(t)o Ortográfico ?
Fui, desde o primeiro dia, um feroz opositor do novo AO, dentro embora das minhas limitadas
possibilidades .
Primeiro que tudo em virtude dos tratos de polé que uma meia dúzia de ( mal ) "iluminados"
infligiram à língua portuguesa e às suas origens . Mas também, como jurista que sou, por não
me ser possível pactuar com a ilegalidade extrema que consistiu na revogação, por meio de
duas resoluções ( RAR nº 35/2008 e RCM nº 8/2011 ), de diplomas hierarquicamente superiores
( DL nº 35228 e DL nº 32/1973 ) que tinham aprovado o anterior AO .
E foi por isso que mais uma vez acompanhei com asco a atitude dos deputados da Assembleia
da República, aprovando um texto insípido, inodoro e incolor com o qual ignoraram na matéria
as preocupações e os anseios de muitos e muitos milhares de portugueses .
Só que a realidade dos últimos dias abalou de forma séria a minha combatividade .
A previsível entrada da Guiné Equatorial na CPLP fez-me duvidar da justeza da luta na defesa
da língua portuguesa .
A CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - vai, com essa provável entrada ,
converter-se numa outra comunidade, embora possa manter a sigla : a Comunidade dos Países
de Língua Petrolífera !...
E sendo o petróleo desse país execrável que é a Guiné Equatorial tudo menos "refinado" e a
língua portuguesa ( a terceira língua desse país ditatorial, língua que nele não será falada, lida,
escrita e entendida por ninguém ) simples moeda de troca para a chegada de umas "migalhas"
ao nosso Portugal que já foi grande, como continuar a ter forças e vontade para defender a
pureza da nossa língua e terçar armas por ela ?