Maria João Rodrigues : presunção e falta de memória
Foram visíveis durante algumas semanas as iniciativas de Maria João Rodrigues ( MJR )
apresentando-se como a personalidade mais capacitada para ocupar o lugar de comissário
português na equipa da Comissão Europeia .
Sucederam-se entrevistas e declarações, sempre centradas nessas enormes e invulgares
capacidades, também avultadas pela "entourage" socialista .
Finalmente, face à indicação para o cargo de Carlos Moedas, MJR não escondeu que era
"parte interessada" na escolha do comissário de Portugal, acrescentando ainda não ter
"nenhum problema que o comissário escolhido seja da área PSD" .
A "entourage" socialista lamentou uma escolha tão frouxa, reforçando mais uma vez que
MJR, possuidora de capacidades invulgares, garantiria um desempenho de nível superior,
além de que, pela sua experiência nos assuntos europeus, muito provavelmente ocuparia
uma comissão de bem maior relevância do que aquela a que pode aspirar Carlos Moedas .
Todos sabemos que ninguém é bom juiz em causa própria .
E também não esquecemos o saber de experiência feito do nosso povo quando estabelece
que "presunção e água benta cada qual toma a que quer" .
Nesse enquadramento ainda poderia admitir-se que MJR acreditasse na possibilidade de ser
indicada pelo actual Governo para o cargo de comissária europeia .
Já bastante mais estranha é a completa falta de memória de MJR .
Só a falta de memória poderá justificar que MJR ( que como Ministra não descansou enquanto
não "limpou" dos quadros dirigentes do seu Ministério muitos que não eram socialistas ou
aparentados - mesmo quando, para isso, tiveram que ser pagas compensações significativas
aos afastados ) esperasse agora ser "premiada" pelo Governo de coligação PSD/CDS-PP por
esse comportamento .