O Presidente da República faz declarações que só o seu comportamento num futuro próximo torna compreensíveis
Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a exclusão de Portugal continental do corredor aéreo britânico, declarando "o Algarve injustamente punido com a decisão de Londres" .
Ora a verdade é que a decisão de Londres, tratando de forma diferenciada os Açores e a Madeira por um lado e Portugal continental por outro, é mais do que compreensível .
Os Açores e a Madeira continuam a ter um reduzido número de casos de COVID-19, mostrando-se a situação relativamente controlada . E existe descontinuidade geográfica com o Continente .
É certo que o Algarve, ao contrário da Região Norte e da Região de Lisboa e Vale do Tejo, mantém números baixos .
Mas seria complicado controlar as deslocações de cidadãos britânicos e outros em Portugal, mesmo entrando e saindo do nosso país por via aérea através do aeroporto de Faro .
Só não vê isso um Presidente da República que, por um lado, diz que "regras são para levar a sério", "é preciso que os portugueses ajudem" e que, sobre a evolução da pandemia em LVT, acrescenta que "números são um alarme" e, por outro lado, se prepara para, descontraidamente, ir até Espanha, país no qual o surto está sem controlo ( os novos casos por 100.000 habitantes são 66 na UE, 56 em Portugal e 270 no país vizinho ! ), no próximo dia 1 de Outubro.