O Syriza e o Campeonato Mundial de Futebol de 1958
Alexis Tsipras era, há alguns anos atrás, um perfeito desconhecido no mundo global . E mesmo na Grécia, seu país natal, não passava de um simples indivíduo .
Só que nos últimos tempos, com os resultados eleitorais do Syriza - em especial os mais recentes nas legislativas - saltou de forma indiscutível para a ribalta .
Mas, quanto mais as luzes nele se focam, mais avultam as contradições e os recuos na sua agenda política .
Alexis Tsipras : o seu nome tem mais consoantes ( 8 ) do que vogais ( 5 ) .
É um aspecto curioso .
Consoante, segundo definem os dicionários, tanto significa uma letra que só pode ser pronunciada ( som ) com uma vogal que lhe sirva de apoio - e é, nesse caso, um substantivo feminino - como, e nesse caso é uma preposição, indica conformidade .
O comportamento do Syriza, cantando vitória antes das visitas do Primeiro Ministro e do Ministro das Finanças a vários líderes europeus, lembrou-me um acontecimento curioso ocorrido no Campeonato Mundial de Futebol de 1958 antes do jogo Brasil-URSS .
Vicente Feola, o técnico da selecção brasileira, desenvolveu o desempenho táctico que pretendia fosse levado a cabo pelos seus jogadores - passes curtos repetidos para atrair os russos, bola repentinamente lançada nas costas do marcador do Garrincha , este seguiria pela direita, Mazzola correria em direcção à zona da grande penalidade, centro e golo .
Garrincha, com as dificuldades naturais em entender aquela complexidade atento o seu baixo QI, perguntou então ao técnico :
Tá legal, seu Feola, mas o senhor já combinou isso com os russos ?
São as conformidades que se começam a acantonar no caminho do Syriza .
E, se calhar, não tarda que Alexis Tsipras aprofunde a sua acção de acordo com o princípio que, tempos atrás, enunciou :
" O poder torna-nos realistas e acaba por nos levar a fazer concessões e compromissos contra os nossos princípios " .
Malvados consoantes ...