Povo de brandos costumes, de enorme capacidade de adaptação e com grande sentido de humor mesmo nas adversidades
As minorias desejosas da criação de violência e de desordem bem reclamam da passividade do
nosso povo, alcunhando-o de abúlico e de resignado em excesso perante as enormes dificuldades
que lhe estão sendo impostas .
Só que esse comportamento não é apenas de agora, pois já se manifestava quando a gestão dos
políticos se encontrava nos antípodas da actual ou seja quando se gastava à tripa forra o que se
tinha e o que não se tinha ( em especial este último ... ), numa descarada e criminosa fuga para
a frente, como se o futuro não estivesse a ser hipotecado por décadas .
Também nessa altura o nosso povo se mostrava mais resignado do que crente, mais passivo do
que eufórico .
Talvez por ter bem presente que é enorme a sua capacidade de adaptação às conjunturas mais
diversas, encontrando sempre alternativas para minimizar os impactos negativos que ciclicamente
- em virtude de haver sempre que pagar ( e muitas vezes com língua de palmo ) os excessos
cometidos - lhe são impostos .
E não apenas isso : é que, mesmo em situações dramáticas como a presente, o sentido de humor
do nosso povo nunca falece, antes parecendo que é o "Viagra" recuperador de um estado de
espírito positivo .
Daí terem surgido recentemente alguns pensamentos bem humorados, dos quais vou recordar
apenas dois .
1º - Os pensionistas portugueses estão, em suas casas, a optar por uma alternativa frequente
entre os clientes da indústria hoteleira - estão a viver em regime de MEIA PENSÃO .
2º - Conversa entre dois amigos
* A austeridade actual é muito pior do que um divórcio !
* Explica lá isso, que eu não percebo o teu raciocínio .
* Tenho o meu património reduzido a metade e a minha mulher ainda está lá em casa !
Bendita capacidade de brincar até no meio das maiores dificuldades .
Não há dúvida de que o nosso povo vai ser capaz de dar a volta à crise que não o tem poupado .
Preocupante é se, alguns anos depois - como, infelizmente, tem sempre sucedido -, os nossos
incompetentes políticos ( estes ou os que lhes venham a suceder ) voltam a borrar a pintura .