Um dos aspectos relevantes menos focados nos comentários às eleições europeias do passado domingo
Houve comentários de todos os tipos ( e de todas as cores ... ) a propósito das eleições europeias realizadas em Portugal no passado domingo .
Curiosamente, contudo, raras foram as referências a um ponto que reputo muito relevante - os votos brancos e os votos nulos .
A verdade é que esses votos atingram quase os 230.000 e corresponderam a 6,94% do total.
Ou seja : discutiram taco a taco com a quarta força política ( a CDU ) o seu posicionamento relativo .
Se a dimensão brutal da abstenção, bem próxima dos 70%, DEVIA obrigar a uma reflexão profunda na análise das causas de tão generalizado desinteresse, não menos profunda devia ser a ponderação das motivações daqueles ( e muitos foram ) que compareceram mas optaram por não escolher nenhuma das dezassete ( ! ) alternativas que lhes foram apresentadas .
Trata-se de indivíduos não desligados do processo eleitoral : compareceram, não faltaram, mas desiludiram-se com o "panorama" .
Nada estranhável, aliás .
Se recordarmos a composição da Assembleia Constituinte e a compararmos com os candidatos que agora se apresentaram a sufrágio ( e a campanha lamentável que desenvolveram ) a nossa estranheza, a existir, devia assentar na não existência de um ainda maior número de votos brancos e votos nulos ...
Com políticos cada vez mais desacreditados o descalabro só pode tender a aumentar cada vez mais .